ESPIRITUALIDADE E PSICOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE AS IMPLICAÇÕES NA SAÚDE MENTAL DO INDIVÍDUO
SPIRITUALITY AND PSYCHOLOGY: A STUDY ON THE IMPLICATIONS ON AN INDIVIDUAL’S MENTAL HEALTH
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v10i2.759Palavras-chave:
Psicologia, Espiritualidade, Religião, Saúde mental, PsicoterapiaResumo
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) situa a vivência da espiritualidade como prática complementar às psicoterapias, em razão de benefícios como bem-estar e formação de laços. Por outro lado, é importante ter em mente que as crenças das pessoas trazem tanto implicações positivas quanto negativas à saúde mental, cabendo ao psicólogo, na escuta destas, proporcionar um espaço reflexivo quanto aos seus efeitos. Objetivo: Este artigo tem como objetivo identificar se a espiritualidade traz alguma implicação para a saúde mental dos indivíduos e como as diversas psicoterapias e correntes psicológicas manejam o tema da espiritualidade nos atendimentos clínicos. Materiais e métodos: Para essa proposta, os autores adotaram uma metodologia de pesquisa bibliográfica, o que inclui livros, artigos, teses e dissertações, publicados, em sua grande maioria, nos últimos cinco anos, tendo privilegiado o repositório de revistas acadêmicas. Resultados e discussão: As estratégias terapêuticas corroboram para a implicação do sujeito frente sua espiritualidade. A escuta ativa e empática proporciona ao paciente uma nova perspectiva sobre as questões da própria existência, trazendo alívio, bem-estar e um novo posicionamento, como enfrentamento dos estresses e maus estares cotidianos. Conclusão: O papel do psicólogo, em todas as correntes psicológicas, consiste em facilitar o processo de autoconhecimento e a integração da dimensão espiritual na vida do paciente, de forma ética, já que a vivência espiritual está relacionada ao bem-estar e ao pertencimento na vida dos sujeitos. Portanto, a relação do indivíduo com a espiritualidade pode implicar em sua saúde mental.
Introduction: The World Health Organization (WHO) considers the experience of spirituality as a complementary practice to psychotherapies, due to benefits such as well-being and the formation of bonds. On the other hand, it is important to keep in mind that people's beliefs have both positive and negative implications for mental health, and it is up to the psychologist, when listening to them, to provide a reflective space regarding their effects. Objective: This article aims to identify whether spirituality has any implications for the mental health of individuals and how the different psychotherapies and psychological currents manage the topic of spirituality in clinical care. Materials and methods: For this proposal, the authors adopted a bibliographic research methodology, which includes books, articles, theses, and dissertations, published, for the most part, in the last five years, having privileged the repository of academic journals. Results and discussion: The therapeutic strategies corroborate the subject's involvement in their spirituality. Active and empathetic listening provides the patient with a new perspective on the issues of their own existence, bringing relief, well-being, and a new positioning, such as coping with everyday stress and discomfort. Conclusion: The role of the psychologist, in all psychological currents, consists of facilitating the process of self-knowledge and the integration of the spiritual dimension into the patient's life, in an ethical way, since the spiritual experience is related to well-being and belonging in the community. subjects' lives. Therefore, an individual's relationship with spirituality can have an impact on their mental health.
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