O PERFIL PRELIMINAR DO ATAQUE DE ANIMAIS SILVESTRES A DOMÉSTICOS NA COMUNIDADE DE CUJUBIM GRANDE NO BAIXO MADEIRA
II Encontro Científico de Agricultura Sustentável e Biodiversidade - II ECASB
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v7i1.80Palavras-chave:
Conflito, Rupornis magnirostris, Avicultura, AmazôniaResumo
Conflitos entre homens e animais silvestres são datados desde a antiguidade, em função da intensa relação estabelecida entre eles. Tais conflitos se iniciaram com a domesticação dos animais, quando homem se impôs e começou a dominar sobre territórios e subjugar os animais silvestres. Os conflitos se intensificam com proprietários de criações domésticas, que tem uma parcela de suas criações predadas por animais silvestres. O presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil dos ataques de animais silvestres a animais domésticos na vila de Cujubim Grande no estado de Rondônia. A comunidade de Cujubim Grande está localizada no baixo Madeira, distante cerca de 40 quilômetros da cidade de Porto Velho. As principais atividade realizadas incluem agricultura, avicultura, pecuária e pesca. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas onde foram solicitados dados sobre os últimos cinco eventos de ataques a animais domésticos. Foram entrevistadas sete pessoas, sendo três do sexo masculino e quatro do feminino, maiores de 18 anos e que afirmaram ter relações de conflito com animais silvestres. Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), o qual foi aprovado sob o número do parecer 2.661.332. Foram registrados 31 eventos de ataques, sendo identificados três animais domésticos, Gallus gallus domesticus (n=22), Canis familiaris (n=5) e Felis catus (n=4) com e 12 animais silvestres, Rupornis magnirostris (n=6), Eunectes murinus (n=4), Didelphis marsupialis (n=4), Eira barbara (n=3), Leopardus pardalis (n=2), Cerdocyon thous (n=2), Boa constrictor (n=1), Tamandua tetradactyla (n=1), Coendou prehensilis (n=1), Sapajus apela (n=1) e Serpentes (n=2). Em relação aos ataques, a galinha foi a espécie de valor econômico (alimentação) predominante (71%), estando esse ataque relacionado principalmente com R. magnirostris (n=6, 27,3%) e Eunectes murinus (n=4, 18,2%). Entre os animais silvestres, destaca-se a R. magnirostris (n=6, 22%), todos relacionados com galinha. Foram registrados cinco ataques a animais de companhia (cães e gatos), estando relacionadas T. tetradactyla (n=1, 20%), C. prehensilis (n=1, 20%), L. pardalis (n=1, 20%), D. marsupialis (n=1, 20%) e Serpentes (n=1, 20%). Todos os ataques a animais de companhia estavam defesa do seu território. Em todos os casos de ataques os animais domésticos estava, soltos no quintal ou próximos as moradias. No caso das serpentes, quando localizadas durante o ataque todas foram mortas pelos moradores. A principal fonte de alimentação dos entrevistados é a criação de galinhas, ponto chave para o conflito com animais silvestres, pois para famílias menos favorecidas as perdas representam grandes prejuízos econômicos. A forma de criação dos animais domésticos envolve fatores culturais e econômicos. Os moradores preferem manter as aves soltas, pois assim não há grande preocupação com a alimentação e os gastos com instalação são mínimos. Em contrapartida, os animais soltos ficam expostos a possíveis eventos de predação, o que corrobora com os dados encontrados neste estudo. Os esforços de pesquisas sobre conflitos focam os mamíferos da ordem Carnivora, negligenciando outros taxa. Esse estudo contribui para o entendimento sobre a real dimensão dos conflitos e as perdas econômicas associadas.
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