LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES ALVO DE CAÇA UTILIZADAS EM COMUNIDADES DO BAIXO MADEIRA, PORTO VELHO, RONDÔNIA
II Encontro Científico de Agricultura Sustentável e Biodiversidade - II ECASB
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v7i1.74Palavras-chave:
Caça de subsistência, Espécies alvo de caça, EntrevistasResumo
A biodiversidade brasileira é uma das maiores do mundo, grande parte dessa diversidade está localizada na região Amazônica. As populações que habitam essa região garantem seu sustento através da utilização dos recursos naturais, dentre eles se destaca a caça. Dados apontam que cerca de 23 milhões de animais silvestre são caçados por ano no Brasil. O objetivo desse trabalho foi realizar o levantamento das espécies alvo de caça em comunidades do Baixo Madeira, Rondônia. Foram realizadas entrevistas em oito comunidades: São Carlos, Brasileira, Curicacas, Cuniã, Cavalcante, Nazaré e Terra Caída localizadas no Baixo Madeira, a jusante da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. A principal fonte de renda dessas comunidades é a pesca artesanal e a agricultura para produção de farinha. Os dados foram coletados através de questionários semiestruturados, divididos em duas partes, a primeira para o perfil do entrevistado e a segunda para o perfil da caça. Foram entrevistados 32 caçadores maiores de 18 anos, sendo 31 pessoas do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), o qual foi aprovado sob o número do parecer 2.661.332. Foram registradas 10 espécies (161 citações), sendo sete mamíferos (119 citações), duas aves (20 citações) e um réptil (22 citações). Em relação aos mamíferos, a espécie com maior número de citações foi a Cuniculus paca (30 citações, 18,63%), que também foi a espécie alvo de caça mais citadas em relação as três classes citadas (25,2%). Para as aves houve somente a identificação de uma espécie, a Mitu tuberosum (uma citação, 0,62%). O único representante da classe Reptilia citado foi o jacaré, não podendo ser identificado a nível especifico, podendo englobar as espécies Melanoshucus niger ou Caiman sp (22 citações, 13,66%). A preferência por mamíferos está relacionado com a disponibilidade e o rendimento da carne. Contudo, essas espécies são longo ciclo de vida, com baixas densidades demográficas e com capacidades reprodutivas relativamente baixas, o que as torna mais sensíveis à pressão de caça A preferência em relação a paca está ligada a relativa abundância da espécie na área e as características da sua carne (palatabilidade). Essa preferência por esse roedor de médio porte é amplamente documentada em toda bacia Amazônica. A preferência em relação ao jacaré está ligada a abundancia da espécie na área sendo mais fácil o abate desse animal que possuiu carne macia. A caça representa uma importante fonte de proteína em várias localidades da Amazônia, existindo a necessidade do aprofundamento do conhecimento da dinâmica de caça.
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