ESTRATÉGIAS DE CAÇA EMPREGADAS POR CAÇADORES DE UMA COMUNIDADE DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLADOS NA AMAZÔNIA SUL-OCIDENTAL
II Encontro Científico de Agricultura Sustentável e Biodiversidade - II ECASB
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v7i1.71Palavras-chave:
Caça de subsistência, Vila Princesa, EntrevistasResumo
A caça é uma atividade ligada à evolução do humano como espécie, garantindo a sobrevivência e subsistência de populações presentes em uma grande variedade de ambientes pelo mundo todo, principalmente em comunidade isoladas nos trópicos. Embora existam diversos estudos focando a caça na Amazônia pouco se sabe sobre a caça em regiões periurbanas. O presente trabalho buscou analisar as estratégias de caça empregadas pelos catadores de materiais recicláveis da comunidade de Vila Princesa, zona periurbana de Porto Velho, Rondônia. A Vila Princesa que está localizada no km 10 da rodovia BR-364 sentido Rio Branco – AC. Na localidade residem aproximadamente 193 famílias. Os dados foram coletados através de questionários semiestruturados, divididos em duas partes, a primeira para o perfil do entrevistado e a segunda para o perfil da caça. Foram entrevistadas 14 pessoas do sexo masculino e maiores de 18 anos, que afirmaram caçar. Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), o qual foi aprovado sob o número do parecer 2.661.332. Os entrevistados apresentaram 5 estratégias de caça sendo elas, espera em fruteira (n=9), varrida a pé (n=6), varrida de canoa (n=2), varrida com cão (n=2), espera com ceva (n=1). Seis entrevistados relataram usar mais de uma estratégia, nove apresentaram a espera como estratégia favorita e cinco não relataram preferência na estratégia de caça. A estratégia de espera consiste na escolha de um lugar pré-definido pelo caçador, onde ele aguarda pela caça podendo ser feita próximo a árvores frutíferas ou com ceva. Essa estratégia é considerada a menos impactante por possibilitar a escolha prévia da espécie antes do disparo da arma. A varrida é uma estratégia caracterizada por caminhadas a procura de uma caça através da identificação de vestígios, podendo a mesma ser executada com a canoa. O uso de cães é uma prática comum na Amazônia, que consiste no uso de cães para localização e perseguição da presa. A presença desses cães é muito grave levando em conta a possibilidade de declínio de populações naturais e impacto sobre serviços ecossistêmicos, além de ser uma via de entrada de doenças para as espécies domésticas. Os cachorros podem, ainda, realizar caçadas independentes da presença do caçador, sobretudo nos períodos em que não são alimentados por seus donos. Estudos recentes discordam dessa visão ao avaliar o impacto da caça com cães em terras indígenas no sudoeste da Amazônia. Do ponto de vista da conservação, não há razões para proibir a caça com cães. Nossos dados apontam que existe uma preferência de uma estratégia mais sustentáveis de caça em detrimento de estratégias mais deletérias.
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