RIQUEZA DE MAMÍFEROS SILVESTRES DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO
II Encontro Científico de Agricultura Sustentável e Biodiversidade - II ECASB
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v7i1.70Palavras-chave:
Primatas urbanos, Extinção local, Fauna, Fragmentos urbanosResumo
De acordo com o Código Florestal uma das funções das Áreas de Preservação Permanente (APP) é a preservação da biodiversidade. Dentre os elementos da biodiversidade destacamos os mamíferos. Esse grupo desempenha importantes serviços ecológicos, tais como a predação e dispersão de sementes. Essas áreas são ínsitas e para isso são extremamente dependentes das formas de manejo para que preservem suas características originais e sua auto sustentabilidade, ressaltando a necessidade da ampliação do conhecimento sobre as espécies da fauna que ocorrem nesse ambiente. O objetivo desse trabalho foi de inventariar os mamíferos de médio e grande porte em APPs do perímetro urbano do município de Porto Velho através do aplicação de entrevistas. Para a coleta dos dados um guia de entrevistas foi elaborado, constando os temas e variáveis que foram abordadas. Os entrevistados foram questionados sobre as espécies de mamíferos que ocorriam nas APP próximas a sua moradia, e quais espécies era abundante, raras ou se exista alguma que já havia sido extinta localmente. Conforme determinado pela Resolução CNS 466/12, este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, o qual foi aprovado sob o número do parecer 2.661.332. Foram realizadas 53 entrevistas onde foram registradas 14 espécies de mamíferos de médio e grande porte em 65 citações. As espécies Leontocebus weddelli (n=16) e Didelphis marsupialis (n=15) foram as que tiveram os maiores números de citações, enquanto as espécies Sapajus apela, Ateles chamek, Cerdocyon thous, Pteronura brasiliensis e Lontra longicaudis tiveram somente um registro de citação cada um. O ordem Primates foi a que obteve o maior número de citações (n=21). Foram apontadas sete espécies como abundantes (n=18), sendo o Leotoncebus weddelli (n=7) a com maior número de registros. Em relação as raras, foram registradas cinco espécies (n=9), destacando-se a Panthera onca (n=3). No grupo das extintas, foram registradas oito espécies (n=30), sendo a principal a Didelphis marsupialis (n=8). Ainda em relação a extinção local, houve o registros de seis entrevistados que não sabiam responder a pergunta e três que afirmaram que não havia nenhum espécie extinta. A predominância da citação de primatas pode estar relacionado por se tratar de um grupo com hábitos arborícolas e diurnos. A maior abundância citada de L. weddelli está também com a facilidade de observação, bem como a maior capacidade de adaptação em fragmentos florestais e vegetações secundárias. O registro da P. onca pode estar relacionado com o tamanho reduzido das áreas florestadas urbanas, bem como a caça de controle da espécie em função do medo de ataques. A possibilidade de abate sistemático de espécies em função de prováveis ataques ou aversão é reforçado quando observado que o D. marsupialis foi a espécie mais citada como extinta localmente, sendo esses casos já documentados na literatura. As APPs urbanas possuem capacidade de preservar uma parcela da biodiversidade de mamíferos, contudo a tendência que essa esteja restrita somente a espécies que exijam pequenas áreas de vida e que possuam grande capacidade adaptativa.
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