A JUVENILIZAÇÃO DOS CASOS DE HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO – RO
VII Jornada Acadêmica do Curso de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA 2022
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v9i2.581Palavras-chave:
Adolescentes, Adultos Jovens, Atenção à Saúde, HIV, Vulnerabilidade em SaúdeResumo
INTRODUÇÃO: A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma doença caracterizada por um conjunto de manifestações clínicas associadas ao estágio avançado da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Ao longo da epidemia de HIV/AIDS, foram evidenciadas alterações em relação aos grupos e às faixas etárias vulneráveis à infecção, com uma tendência à heterossexualização, à pauperização e à juvenilização. Atualmente, no Brasil, verifica-se o aumento da infecção por HIV/AIDS entre adolescentes e adultos jovens, grupos com características comportamentais e socioculturais que contribuem para a vulnerabilidade à exposição. OBJETIVO: Sendo assim, buscou-se inventariar a prevalência e o perfil sociodemográfico dos casos de notificação de HIV/AIDS, na faixa etária de 15 a 24 anos, no município de Porto Velho - RO, entre os anos de 2010 a 2020. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, que analisou informações secundárias sobre notificações de HIV/AIDS, segundo o ano de notificação, o sexo e a escolaridade, utilizando, como fonte de dados, a plataforma virtual do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). RESULTADOS: No período analisado, foram notificados 386 casos de infecção em jovens com 15 a 24 anos, sendo a maioria, 77,46%, proveniente do sexo masculino, em função da pouca conscientização sobre as medidas de prevenção e tratamento, além da percepção distorcida de invulnerabilidade masculina sobre a doença e do abandono das práticas de autocuidado. No que se refere à população masculina adolescente, a exposição associa-se a comportamentos de risco, como uso de drogas lícitas e ilícitas, início precoce à atividade sexual, baixa adesão ao uso de preservativo e prática sexual com múltiplos parceiros. Em relação à escolaridade, para os homens, houve maior prevalência nos que concluíram o ensino médio, ao passo que, entre as mulheres, a prevalência acentuou-se para os baixos níveis de instrução, os quais se configuram como obstáculos ao acesso aos serviços de saúde, resultando na perpetuação de informações equivocadas acerca das práticas sexuais e da utilização irregular de insumos para a prevenção. Ademais, a ausência de informações corrobora a pouca busca por testagem rápida de HIV e por profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP). CONCLUSÃO: Portanto, os componentes sociodemográficos, como escolaridade, sexo e idade, detém influência sobre a vulnerabilidade de indivíduos a novas infecções, com destaque para a desigualdade de gênero, principalmente em parcelas populacionais socioeconomicamente desfavorecidas. Diante disso, o aumento da prevalência de casos entre jovens indica a necessidade de estratégias que assegurem, além da gratuidade de insumos de prevenção pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as práticas de educação em saúde, com foco em garantir a participação plena no acesso aos serviços de saúde e superar estigmas atrelados à infecção.
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