SOMATIZAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE MEDICINA
VI Jornada de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA / Psiquiatria e Saúde Mental, 25 a 29 de Outubro de 2021
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v8i3.426Palavras-chave:
Somatização, Transtornos de Sintomas Somáticos, psicopatologias em estudantesResumo
Introdução: A somatização é conceituada por vários autores como um desequilíbrio psíquico manifestado em forma de queixas corporais, como dores e desconforto em múltiplos sistemas orgânicos. A pressão, a cobrança e a expectativa que são atribuídas ao estudante de medicina, principalmente por familiares e professores, assim como a incapacidade de conciliar o estudo com o lazer, são fatores desencadeadores de somatização. Por fim, se torna um mecanismo de fuga das obrigações, pois o status de doente proporciona ao aluno a suavização de expectativas interpessoais, libertando-o das mesmas. Objetivo: O estudo pretende analisar a relação da somatização com o desempenho dos estudantes de medicina. Material e Métodos: Neste estudo, foi aplicado uma leitura seletiva de pesquisas bibliográficas relacionadas a somatização, com os seguintes descritores: Somatização, Transtornos de Sintomas Somáticos (TSS); Psicopatologias em Estudantes. Para o desenvolvimento, foram utilizados livros e artigos científicos, como MedScape e Scielo. Resultados: De acordo com o estudo, os fatores desencadeantes da somatização são de ordem psicológica. Estresse prolongado, privação do sono, separação da família, sobrecarga das atividades curriculares, além de fatores genéticos, contribuem para a desordem física e intelectual do acadêmico. Nessas circunstâncias, o organismo entra em desequilíbrio e secreta mais adrenalina e demais hormônios, o que resulta em alterações cognitivas, fisiológicas e comportamentais. Tais alterações culminam no baixo desempenho social e acadêmico do estudante. É comum o somatizado apresentar queixa de cefaléia, fadiga crônica, insônia, dores nas costas, nas articulações e extremidades, ansiedade, perda geral do interesse e quadro depressivo. Ao passo em que o estudante não tem consciência e controle sobre esse processo, muitos médicos também não estão preparados para identificar e tratar a somatização, pois a prática médica está voltada para a identificação de sintomas orgânicos. Consequentemente, foi estimado que o paciente somatizado acarreta custos ambulatoriais nove vezes maiores que o paciente médio. Conclusão: A somatização se caracteriza por apresentar três ou mais sintomas aleatórios em diferentes sistemas do organismo como, sistema gastrointestinal, cardiorrespiratório e neurológico. Tais sintomas, são clinicamente inexplicáveis, mas a existência de dor confere legitimidade às dores psíquicas. Em estudantes de medicina, o estímulo externo intenso ultrapassa as capacidades de resposta do organismo, alterando a homeostase. Para um melhor diagnóstico e tratamento, faz-se importante promover a compreensão biopsicossocial do aluno, com a comunicação efetiva entre os psiquiatras, acadêmicos de medicina e outros profissionais de saúde.
Publicado
Como Citar
Edição
A Revista FIMCA disponibiliza seus artigos e resumos para livre acesso de forma permanente e gratuita nos termos da Creative Commons Attribution License, permitindo que a sociedade possa compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial), desde que seja dado o devido crédito apropriado, provendo um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Vale a pena ressaltar, que mesmo que o material seja transformado, modificado, ou der origem a outro material, este deve ser distribuido respeitando obrigatoriamente a citação do original nos termos da licença CC BY-AS 4.0 DEED.