TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL: INVESTIGAÇÃO ACERCA DO PROCESSO DIAGNÓSTICO E SEUS DESDOBRAMENTOS
VI Jornada de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA / Psiquiatria e Saúde Mental, 25 a 29 de Outubro de 2021
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v8i3.424Palavras-chave:
Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, Transtorno DepressivoResumo
Introdução: O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual é caracterizado por manifestações acentuadas de sintomas físicos, comportamentais e afetivos durante a fase lútea, trazendo consigo prejuízos nas relações interpessoais e profissionais, além de sofrimento clinicamente significativo para as pessoas que o possuem. Além da semelhança sintomática com a Síndrome Pré-Menstrual, tal transtorno possui muitos diagnósticos diferenciais, podendo também ser confundido com outros transtornos psiquiátricos. Ademais a naturalização da instabilidade e a repressão feminina imposta por ideais machistas e misóginos historicamente estabelecidos, o processo diagnóstico complexo e multinível, o desconhecimento dos profissionais da saúde e da sociedade em geral sobre o tema e o estigma social sobre tratamentos psicológicos e psiquiátricos, influenciam negativamente no diagnóstico da disforia, afetando seu prognóstico. Objetivo: Nesse passo, tal estudo visa investigar o processo diagnóstico do TDPM, utilizando abordagem quali-quantitativa com a aplicação de questionários online para homens trans e mulheres cisgênero que foram diagnosticadas com o transtorno, bem como verificar a prevalência dos fatores de risco apresentados por quem o porta e a prevalência de diagnósticos equivocados, detectando também as causas que levaram a estes. Resultados e discussão: Com amostra de 93 participantes, os resultados evidenciaram que o alto poderio social, econômico e educacional está associado ao maior acesso ao diagnóstico, e que há uma grande disparidade entre idade de menarca, idade da busca por auxílio médica e a idade do diagnóstico. Além disso, que alguns dos obstáculos encontrados até o diagnóstico são: normalização sintomática, medo e a vergonha do preconceito social acerca dos portadores de transtornos psiquiátricos, falta de conhecimento acerca da condição, falta de acesso aos serviços de saúde, falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre a patologia e confusão com outras comorbidades psiquiátricas (41,9% apresentam). Questões de gênero, uso da maconha e de fármacos psiquiátricos foram mencionados pelas participantes como possíveis starts para o transtorno. Para mais, 79,6% das participantes referiram se sentir discriminada por possuir TDPM e 53,8% encaram isto como um fator que influenciou no atraso pela busca de auxílio médico e pela demora em receber o diagnóstico. Conclusão: Nota-se, portanto, que é necessário a revisão do processo de investigação diagnóstica do TDPM e da sua classificação no CID-10, abordagem do tema em instituições de formação em saúde e mais publicações científicas acerca do tema para dar visibilidade ao mesmo e respaldar o conhecimento técnico sobre o transtorno.
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