O USO DA AYAHUASCA COMO TERAPIA ALTERNATIVA PARA ADICTOS QUÍMICOS
VI Jornada de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA / Psiquiatria e Saúde Mental, 25 a 29 de Outubro de 2021
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v8i3.417Palavras-chave:
Ayahuasca, adicção química, tratamento alternativoResumo
Introdução: Sabe-se que muitas são as buscas por tratamentos que possam auxiliar dependentes químicas, e também que esse transtorno representa um problema grave de saúde pública. O uso do chá Ayahuasca tem despertado o interesse da ciência no que diz respeito aos seus efeitos terapêuticos. A Ayahuasca, termo indígena que significa “vinho das almas”, também conhecida como yagé, hoasca, vegetal e daime, tem demonstrado muitos resultados efetivos quanto ao tratamento alternativo para dependência química. A bebida é feita através da união de duas plantas, o cipó Banisteriopsis caapi (mariri, jagube etc.) e as folhas de Psychotria viridis (chacrona, rainha etc.). Objetivo: Esse estudo teve como objetivo investigar a eficiência da utilização do chá da Ayahuasca no tratamento de transtornos relacionados a substâncias químicas. Metodologia: Esta pesquisa apresenta natureza básica, de abordagem qualitativa e exploratória, adotando como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica. Resultados e discussão: A Ayahuasca é comprovadamente inofensiva a saúde e proporciona inúmeros benefícios aos seus usuários. Essa evidência foi encontrada em todos os artigos que compuseram este trabalho, e diversos foram os relatos de ex-dependentes de substâncias químicas como álcool, tabaco, crack, maconha, cocaína, fármacos e outras substâncias entorpecentes, que conseguiram superar a adicção após se tornarem adeptos à utilização da Ayahuasca. Além disso, a substância advinda da união dessas duas plantas, a N-dimetiltriptamina, é muito semelhante ao neurotransmissor serotonina e proporciona sensações de alegria e bem-estar após sua ingestão, mostrando que além do seu uso em rituais religiosos, o uso dessa bebida visando fins terapêuticos, como para o tratamento da dependência química e da depressão, é promissor. A inibição temporária da monoaminoxidase associada à competição pelos sítios 5-HT, provocadas pelos princípios ativos do chá, têm como resultado alteração nos padrões normais de percepções. Por mais paradoxal que seja um tratamento para adicção química baseado no uso de um psicotrópico, as instâncias governamentais responsáveis pela liberação do seu uso em cultos religiosos afirmam que a bebida não causa tolerância, dependência e abstinência. Conclusão: Pode-se observar que a utilização da Ayhuasca como terapia alternativa para a descontinuidade da adicção química tem apresentado influência benéfica sobre os portadores do transtorno, entretanto ainda não se pode mensurar o quanto o viés religioso interfere nas melhorias apresentadas pelos adictos. Sendo assim, são necessários estudos mais aprofundados sobre tal terapêutica, principalmente no que diz respeito ao uso por dependentes com predisposição a outras comorbidades psiquiátricas, visando a abertura de novas vias intervencionistas.
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