MORTALIDADE MATERNA: UMA ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA DO ESTADO DE RONDÔNIA

MATERNAL MORTALITY: AN EPIDEMIOLOGICAL APPROACH IN THE STATE OF RONDÔNIA

Resumo

Introdução: A morte materna consiste no óbito de mulheres durante a gravidez e parto, dentro de um período de 42 dias após a interrupção da gravidez, podendo ser ocasionada por diferentes causas. Dentre as causas dos óbitos maternos destacam-se patologias pré-existentes, tratamentos impróprios durante a gestação, doenças desenvolvidas no decorrer da gestação e as omissões dos profissionais de saúde assim como da gestante. Objetivos: Caracterizar o perfil epidemiológico dos óbitos maternos do estado de Rondônia de 2014 a 2019. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo referente a análise de dados da mortalidade materna, considerando-se variáveis:  nível de escolaridade; faixa etária; raça; estado civil; a razão da mortalidade materna; índice de mortes maternas; óbitos investigados com síntese informada; óbitos não investigados; por tipo de causa obstétrica com fonte de dados do DATASUS. Após coleta, a análise foi realizada no programa Microsoft Office Excel. Resultados e Discussão: Após a análise dos dados e a obtenção da RMM (Razão da Morte Materna), observou-se que o estado de Rondônia apresentou 93 casos de mortes maternas no período de 2014 a 2019, e uma diminuição gradativa de mortes nos últimos 5 anos (2014 a 2019). Os óbitos, em sua maioria atingiram mulheres pardas (58,1%), com o intervalo etário de 30 a 39 anos (41,9%), com escolaridade de 8 a 11 anos (39,8%) e casadas (32,3%). Os óbitos foram causados majoritariamente por causa obstétrica direta, demonstrando um baixo acompanhamento adequado do pré-natal e pós-parto.  Conclusão: Observou-se uma redução nos números de óbitos maternos nos últimos anos, no entanto ainda se necessita de um avanço na melhoria do estado de saúde reprodutiva, sendo um desafio que atinge principalmente as mulheres que têm pouco acesso aos serviços de saúde. A dificuldade a esse acesso está geralmente relacionada à baixa escolaridade. A assistência do pré-natal e parto de qualidade, controle social efetivo, ampliação e credenciamento de comitês de mortalidade materna e mobilização de gestores, profissionais de saúde e sociedade civil para a promoção de políticas públicas voltadas à redução da mortalidade materna é fundamental para a melhoria da qualidade de vida das mulheres. Também é necessário que os profissionais de saúde e gestores reconheçam a importância do registro confiável das mortes maternas e a necessidade de nutrição adequada no atual sistema de informação do Brasil.

Introduction: The Maternal death is the death of a woman while pregnancy or within 42 days of termination of pregnancy it can be caused by different causes. Among the causes of maternal deaths, could stand out pre-existing pathologies, improper treatments during pregnancy, triggered during pregnancy and omissions by health professionals as well as the pregnant woman. Objectives: Characterize the epidemiological profile of maternal death in the state of Rondônia from 2014 to 2019. Methodology: This is a quantitative, descriptive and retrospective study regarding the analysis of maternal mortality data, considering variables: level of education; age group; race; marital status; the reason for maternal mortality; maternal death index; deaths investigated with an informed summary; not investigated deaths; by type of obstetric cause with data source from DATASUS. After collection, the analysis was performed using the Microsoft Office Excel program. Results and discussion: After analyzing the data and obtaining the RMM (Ratio of Maternal Death), it was observed that the state of Rondônia had 93 cases of maternal deaths from 2014 to 2019, and a gradual decrease in deaths in the last 5 years (2014 to 2019). Deaths mostly affected brown women (58.1%), aged 30 to 39 years (41.9%), with schooling from 8 to 11 years (39.8%) and married (32, 3%). The deaths were mostly caused by direct obstetric causes, demonstrating a low adequate prenatal and postpartum follow-up. Conclusion: There has been a reduction in the number of maternal deaths in recent years, however progress is still needed in improving the reproductive health status, being a challenge that mainly affects women who have little access to health services. Difficulty in accessing this is generally related to low education. Quality prenatal care and childbirth, effective social control, expansion and accreditation of maternal mortality committees and mobilization of managers, health professionals and civil society to promote public policies aimed at reducing maternal mortality is essential for improving women's quality of life. It is also necessary for health professionals and managers to recognize the importance of reliable recording of maternal deaths and the need for adequate nutrition in Brazil's current information system.