O IMPACTO DA RESISTÊNCIA BACTERIANA NA SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA BRASILEIRA
THE IMPACT OF BACTERIAL RESISTANCE ON BRAZILIAN PUBLIC AND PRIVATE HEALTHCARE
DOI:
https://doi.org/10.37157/fimca.v12i2.1146Palavras-chave:
Resistência bacteriana, antimicrobianos, vigilância em saúde, infecções multirresistentes, saúde pública e privadaResumo
A resistência bacteriana representa um dos maiores entraves à saúde pública e privada no Brasil, com precedentes clínicos e econômicos significativos. O uso excessivo de antibióticos contribui para a disseminação de microrganismos multirresistentes, elevando os índices de morbidade e mortalidade, bem como o número de internações hospitalares e os custos assistenciais. A ausência de controle rígido e a falta de protocolos de prescrição contribuem para a perda de eficácia dos antimicrobianos disponíveis, dificultando o manejo terapêutico em ambos os setores. Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto da resistência bacteriana nos serviços de saúde público e privado em âmbito nacional, identificando as principais estratégias de prevenção e enfrentamento adotadas. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO e Google Acadêmico, abrangendo publicações de 2021 a 2025. O processo de busca seguiu os critérios estabelecidos pelo modelo PRISMA e pela estratégia PICo, considerando estudos que abordem as repercussões clínicas, econômicas e epidemiológicas da resistência bacteriana. Os resultados apontam que o aumento das infecções por bactérias multirresistentes está diretamente ligado à prescrição precipitada de medicamentos, à automedicação e à falta de políticas públicas eficazes. As medidas mais eficazes destacadas incluem o uso racional de antimicrobianos, o fortalecimento da vigilância epidemiológica, a educação continuada dos profissionais de saúde e a adoção da abordagem One Health, que integra os setores humano, animal e ambiental. Conclui-se que o enfrentamento da resistência bacteriana requer atenção para promover o uso consciente de antibióticos e reduzir a proliferação de cepas multirresistentes. O estudo reforça a necessidade de políticas públicas integradas e de vigilância contínua para garantir maior segurança terapêutica e eficiência nos sistemas de saúde do país.
Bacterial resistance represents one of the most significant obstacles to public and private health in Brazil, with significant clinical and economic consequences. The excessive use of antibiotics contributes to the dissemination of multidrug-resistant microorganisms, thereby increasing morbidity and mortality, hospital admissions, and healthcare costs. The absence of strict control and lack of prescription protocols contribute to the loss of effectiveness of available antimicrobials, making therapeutic management difficult in both sectors. This study aims to assess the impact of bacterial resistance on public and private health services nationwide and to identify the main prevention and control strategies adopted. An integrative literature review was conducted using the PubMed, LILACS, SciELO, and Google Scholar databases, covering publications from 2021 to 2025. The search process followed the criteria established by the PRISMA and PICo strategies, focusing on studies that address the clinical, economic, and epidemiological repercussions of bacterial resistance. The results show that the increase in infections caused by multidrug-resistant bacteria is directly linked to premature drug prescriptions, self-medication, and the lack of effective public policies. The most effective measures highlighted include rational antimicrobial use, strengthening epidemiological surveillance, continuous education of healthcare professionals, and adoption of the One Health approach, which integrates the human, animal, and environmental sectors. It is concluded that addressing bacterial resistance requires promoting the conscious use of antibiotics to reduce the spread of multidrug-resistant strains. The study reinforces the need for integrated public policies and continuous surveillance to improve therapeutic safety and efficiency across the country's health systems.
Referências
ALMEIDA, W. N. M.; CAVALCANTI, R. V. D.; WATTS, M. L.; NEVES JÚNIOR, C. B.; ROCHA, R. E. T. Impactos da utilização de antimicrobianos na resistência antimicrobiana: uma revisão de literatura com abordagem da saúde única. Revista Universitária Brasileira, v. 1, n. 2, 2023 2965-3215. https://doi.org/10.5281/ZENODO.8341620
ALVES, J. W. S. Antibióticos e mecanismos de resistência bacteriana: uma questão de saúde pública. Revista Multidisciplinar em Saúde, v. 2, n. 2, p. 38, 2021. https://doi.org/10.51161/rems/1195
ANVISA. Plano Nacional para a prevenção e o controle da resistência microbiana aos antimicrobianos nos serviços de saúde 2023-2027. Brasília: Anvisa, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2023/anvisa-publica-plano-nacional-para-prevencao-e-controle-da-resistencia-microbiana. Acesso em: 27 ago. 2025.
ARAÚJO, F. B. D.; ALMEIDA, J. B.; MORAES, E. K. S.; FORMOSO JÚNIOR, I. A. B.; CANTUÁRIA, D. S. Resistência bacteriana ao uso de antibiótico: mecanismos, desafios e estratégias de enfrentamento. Revista de Gestão e Secretariado, v. 16, n. 3, p. e4709, 2025. https://doi.org/10.7769/gesec.v16i3.4709
BARROS JÚNIOR, J. I. M.; SHOCKNESS, D. C.; COSTA, C. J. L.; PEREIRA, M. A.; SILVA, A. B. R. C.; DO Ó, E. S.; SARAIVA, M. C. N.; SALES, F. G. M.; MEDEIROS NETO, J. P.; SILVA, L. B. A.; SILVA, M. E. M.; MOTA, A. C. P.; BENJAMIN, L. M. S. Uso indiscriminado de antibióticos: responsabilidade coletiva na atenção primária. Asclepius International Journal of Scientific Health Science, v. 4, n. 8, p. 39–48, 2025. https://doi.org/10.70779/aijshs.v4i8.251
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos; revoga as Resoluções nº 196/96, 303/00 e 404/08. Disponível em: https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/atos-normativos/resolucoes/2012/resolucao-no-466.pdf/view. Acesso em: 14 out. 2025.
BRASIL. Ministério Da Saúde. Boletim Epidemiológico: Resistência Antimicrobiana No Brasil, vol. 55, n. 2. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2024/boletim-epidem-vol-55-n-2. Acesso em: 27 ago. 2025.
BRASIL. Resistência antimicrobiana no Brasil: dados epidemiológicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/ram/ram-no-brasil. Acesso em: 27 ago. 2025.
CASSINI, A.; HÖGBERG, L. D.; PLACHOURAS, D.; QUATTROCCHI, A.; HOXHA, A.; SIMONSEN, G. S.; COLOMB-COTINAT, M.; KRETZSCHMAR, M. E.; DEVLEESSCHAUWER, B.; CECCHINI, M.; OUAKRIM, D. A.; OLIVEIRA, T. C.; STRUELENS, M. J.; SUETENS, C.; MONNET, D. L. Attributable deaths and disability-adjusted life-years caused by infections with antibiotic-resistant bacteria in the EU and the European Economic Area in 2015: a population-level modelling analysis. Lancet Infectious Diseases, v. 19, n. 1, p. 56–66, 2019. https://doi.org/10.1016/s1473-3099(18)30605-4
FONTENELE, R. D.; COSTA, C. L. Resistência Antimicrobiana: Os desafios nas infecções bacterianas multirresistentes no Brasil. Revista Brasileira de Revisão de Saúde, v. 3, p. 11347–11357, 2023. https://doi.org/10.34119/bjhrv6n3-234
MACHADO, C. S.; SILVA, J. M.; FILGUEIRAS, L. P. C.; MACIEL, A. L. Resistência Antimicrobiana: Uso indiscriminado de antibióticos e os impactos na sociedade. Revista Saúde e Desenvolvimento Humano, v. 9, n. 1, p. 1–12, 2021. https://doi.org/10.18316/sdh.v9i1.6351
MOHER, D.; LIBERATI, A.; TETZLAFF, J.; ALTMAN, D. G.; PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Annals of Internal Medicine, v. 151, n. 4, p. 264–269, 2009. https://doi.org/10.7326/0003-4819-151-4-200908180-00135
PERES, R. de S.; CORRÊA, E. de A.; BACELAR, A.; CAMPOS, F. L. de; LIMA, E. R. de; SOUTO, F. B. de; SEQUEIRA, M. V. M.; ARRUDA, G. B. de; LACERDA, M. M. J. M. A.; MARCELIANO-ALVES, M. F. V.; CANÇADO, M. A. F.; XAVIER, V. M. de A. Impactos do uso indiscriminado de antibióticos na resistência bacteriana: uma ameaça global à saúde pública. Caderno Pedagógico, v. 22, n. 8, e17069, 2025. https://doi.org/10.54033/cadpedv22n8-085
ROCHA, J. M. R.; DUTRA, A. S. S.; DUTRA, R. F. F.; PESSOA, I. A.; DAMASCENO, R. M.; PARENTE, E. P.; PAULA, B. M.; BASTOS, V. M.; LIMA, E. W. N. C. Uso irracional de antibióticos e a resistência bacteriana no tratamento de doenças infecciosas negligenciadas: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 6, n. 6, p. 470-490, 2024. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n6p470-490
SILVA, D.B.; SILVA, K.K.M.; SILVA, M.L.R.B. Impactos das infecções por bactérias multirresistentes na saúde pública. PhD Scientific Review, v. 4, n. 12, p. 44–57, 2024. https://doi.org/10.5281/zenodo.14477246
SILVA, R. A., OLIVEIRA, B. N. L., SILVA, L. P. A., OLIVEIRA, M. A., CHAVES, G. C. Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global. Saúde Em Debate, v. 44, n. 126, p. 607–623, 2020. https://doi.org/10.1590/0103-1104202012602
SILVA, T. O.; ORTEGA, L. N. A. Resistência antimicrobiana e custos de cuidado de saúde: uma revisão sistemática. Colloq Vitae, v. 13, n. 2, p. 25–39, 2021. Disponível em: https://journal.unoeste.br/index.php/cv/article/view/4201. Acesso em: 14 out. 2025.
SOUZA, M. T.; SILVA, M. D.; CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), v. 8, n. 1, p. 102-106, 2010. https://dx.doi.org/10.1590/S1679-45082010RW1134
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Copyright (c) 2025 REVISTA FIMCA

Este trabalho está licensiado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista FIMCA disponibiliza seus artigos e resumos para livre acesso de forma permanente e gratuita nos termos da Creative Commons Attribution License, permitindo que a sociedade possa compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial), desde que seja dado o devido crédito apropriado, provendo um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Vale a pena ressaltar, que mesmo que o material seja transformado, modificado, ou der origem a outro material, este deve ser distribuido respeitando obrigatoriamente a citação do original nos termos da licença CC BY-AS 4.0 DEED.











