O COMPROMISSO SOCIAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM BREVE ENSAIO SOBRE O CUIDADO COM O TERRITÓRIO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

The Social Commitment of Primary Health Care: A Brief Essay on Territorial Care in the Family Health Strategy

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar a prática da Atenção Primária à Saúde (APS) a partir da Estratégia de Saúde da Família (ESF), destacando seu compromisso social, a territorialização do cuidado e a influência dos determinantes sociais da saúde. Trata-se de uma revisão narrativa que discute o papel da comunidade na organização das ações em saúde, a importância da educação popular e permanente e os desafios enfrentados pelos profissionais diante das contradições sociais e econômicas presentes nos territórios. A pesquisa resgata contribuições da crítica médico-social latino-americana e da epidemiologia crítica, enfatizando a determinação social do processo saúde-doença. Entre os resultados, destaca-se que a efetividade da APS depende da integração entre serviços de saúde, organizações sociais e movimentos comunitários, bem como do reconhecimento das desigualdades estruturais, incluindo o racismo, o capitalismo e outras formas de opressão. Conclui-se que a prática da APS deve ir além do enfoque clínico, assumindo uma postura crítica e engajada diante das demandas sociais, políticas e econômicas, buscando a promoção da equidade, da justiça social e da participação comunitária na saúde.

This study aims to analyze Primary Health Care (PHC) through the Family Health Strategy (FHS), emphasizing its social commitment, territorialization of care, and the influence of the social determinants of health. This narrative review examines the role of the community in organizing health actions, the importance of popular and continuing education, and the challenges faced by professionals in addressing the social and economic contradictions present in the territories. The research draws on contributions from the Latin American social medicine critique and critical epidemiology, highlighting the social determination of the health-disease process. The findings indicate that the effectiveness of PHC depends on the integration between health services, social organizations, and community movements, as well as the recognition of structural inequalities, including racism, capitalism, and other forms of oppression. It concludes that PHC practice must go beyond a clinical approach, adopting a critical and engaged stance toward social, political, and economic demands to promote equity, social justice, and community participation in health.